SÓ PARA VERSOS QUE LI...

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

o livro por vir

"Essa ligação com o erro, essa relação difícil de atingir, ainda mais difícil de manter, que se choca, naquele mesmo indivíduo que o erro mantém sobre seu fascínio, com uma dúvida, um desmentindo, essa paixão, essa atitude paradoxal concerne também ao romance, o mais feliz dos gêneros, do qual se disse sempre, porém, que chegou a seu termo. E isso era afirmado, não porque ele não produzia mais grandes obras, mas cada vez que grandes escritores escreviam grandes romances, unanimemente reconhecidos como livros literariamente consideráveis. É que, a cada vez, esses autores pareciam ter quebrado alguma coisa: eles não esgotavam o gênero como fez Homero com a epopeia, mas o alteravam com tal autoridade e um poder tão embaraçoso, às vezes tão embaraçado, que não parecia mais possível voltar à forma tradicional, nem ir mais longe no uso da forma aberrante, nem mesmo repeti-la. Isso foi dito na Inglaterra à respeito de Virginia Woolf ou de Joyce; na Alemanha, a propósito de Broch, de Musil e mesmo de A montanha mágica." [157]


"Diga-se o que disser, nem Proust nem Joyce fizeram nascer outros livros que lhes assemelhem; eles parecem não ter outro poder se não o de impedir os imitadores e desesperar as tentativas semelhantes. Eles fecham uma saída." [158]


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