"Podia simplesmente deixá-los e regressar à sua outra casa, onde nem
Sally nem Richard existem, onde há apenas a essência de Clarissa, uma
rapariga que se transformou numa mulher, ainda cheia de esperança, ainda
capaz de tudo. É-lhe revelado que toda a sua mágoa e solidão, toda essa
estrutura frágil, deriva simplesmente de fingir viver neste apartamento
entre estes objetos, com a boa e nervosa Sally, e que, se partir, será
feliz, ou melhor ainda do que feliz: será ela mesma. Sente-se fugaz e
maravilhosamente só, com tudo pela frente."
CUNNINGHAM, Michael. As Horas. São Paulo: Cia das Letras, 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário