SÓ PARA VERSOS QUE LI...

terça-feira, 30 de outubro de 2012

a viagem


(…) Sentou-se na terra, agarrando os dois joelhos juntos, e olhou em frente sem ver. Por algum tempo observou uma grande borboleta amarela que abria e fechava suas asas muito lentamente sobre uma pedra chata.
— O que é estar apaixonada? — perguntou depois de um longo silêncio; cada palavra ao surgir lançava-se num mar desconhecido. Hipnotizada pelas asas da borboleta, e aterrorizada pela descoberta de uma terrível possibilidade na vida, ela ficou sentada mais algum tempo. Quando a borboleta voou, afastando-se, ela se ergueu, e com seus dois livros debaixo do braço voltou para casa novamente, como um soldado para uma batalha.

Virginia Woolf, A Viagem, tradução de Lya Luft. Editora Novo Século. p. 264

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